segunda-feira, 2 de novembro de 2009

JOEL



Se houvesse jornais no tempo de Joel, é possível que tivessem trazido a seguinte manchete:


GAFANHOTOS INVADEM A TERRA!


NAÇÃO ENFRENTA GRAVE CRISE ECONÔMICA


FIM DA SECA AINDA PARECE ESTAR LONGE


Um pregador ou professor perspicaz consegue a atenção do seu público ao referir-se a algo que seja do interesse de todos. Nesse caso, o povo de Judá estava falando sobre a crise econômica, de modo que o Senhor orientou Joel para que usasse esse acontecimento como pano de fundo para suas mensagens. O povo não tinha consciência, mas estava assistindo ao desenrolar do Dia do Senhor diante de seus olhos, e o profeta explicou o que se passava.

O nome “Joel” significa “o Senhor é Deus”. Assim como todos os outros profetas, Joel recebeu a incumbência de chamar o povo de volta à adoração do Deus verdadeiro; e foi o que fez ao declarar a “Palavra do Senhor” (Jl 1:1; ver Jr 1:2; Ez 1:3; e os primeiros versículos de Oséias, Miquéias, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias). Era trabalho dos sacerdotes ensinarem a lei ao povo e era responsabilidade dos profetas chamarem o povo de volta para o Senhor quando se afastavam da lei de Deus. Os profetas também interpretavam acontecimentos históricos à luz da Palavra de Deus para ajudar o povo a compreender a vontade do Senhor para sua vida. Eram “proclamadores” bem como “prenunciadores”.

Joel desejava que o povo de Judá compreendesse o que Deus estava lhes dizendo por meio da praga e da seca. Em nosso tempo, as nações do mundo estão passando por secas e fome severas, epidemias assustadoras e outras “catástrofes naturais”, sendo que tudo isso tem afetado profundamente a economia global e, no entanto, poucas pessoas se perguntam: ”O que Deus está nos dizendo?” Joel escreveu seu livro para que o povo soubesse o que Deus estava lhes dizendo por meio desses acontecimentos críticos.

Partindo desse pressuposto, percebe-se que o profeta anunciou o “Dia do Senhor” e aplicou-o a três acontecimentos: a praga de gafanhotos, a futura invasão da Assíria e o julgamento distante que o Senhor enviaria sobre todo mundo.

“É impossível devolver o tempo que passou”, disse Charles Spurgeon, “mas há uma forma estranha e maravilhosa que Deus tem de lhe devolver as bênçãos desperdiçadas, os frutos não amadurecidos de anos sobre os quais você se alimentou [...] É uma pena que esses anos tenham sido devorados pelos gafanhotos de sua insensatez e negligência, mas se isso aconteceu, não perca a esperança a respeito deles”.

E por que Deus fará isso por seu povo indigno? Para que louvem seu nome e nunca mais sejam envergonhados diante dos pagãos.

“Sabereis que estou no meio de Israel que eu sou o Senhor, vosso Deus, e não há outro; e o meu povo jamais será envergonhado” (2:27).

Nossas terras de hoje precisam de cura como nunca antes. Estão contaminadas pelo derramamento de sangue inocente e pela exploração tanto de recursos quanto de pessoas. Podemos nos apropriar da promessa de Deus em 2 Crônicas 7:14, pois somos “seu povo”.

Enfim, a profecia de Joel começa com uma tragédia – a invasão de gafanhotos -, mas termina em triunfo, o reinado do Rei dos reis e Senhor dos senhores. Jesus disse a seus discípulos: “Em verdade vos digo que vós, os que me seguistes, quando, na regeneração [no reino vindouro], o Filho do Homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis em doze tronos para julgar [governar] as doze tribos de Israel” (MT 19: 28).

Que nunca deixemos de nos maravilhar com seu glorioso reino! “O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos” (AP 11: 15).

“Venha o teu reino” (MT 6: 10).

“Amém! Vem, Senhor Jesus!” (AP 22: 20).

Ir Robson Alves

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